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domingo, 16 de janeiro de 2011

Alma do Mundo

Nesta altura da jornada
Muitas são as lembranças
Pelos caminhos trilhados
quase como uma história
que alguém tivesse contado.
Vejo a menina pensativa
debaixo de um caramanchão
Sonhando que fosse um castelo
de um outro mundo encantado.
Era tão pequena, então,
mas, algo estranho havia,
como se a mente soubesse
o que ainda não sabia.
Certas imagens, concretas no pensamento
e que nunca fora por nenhuma experiência...
trazidas de outras vivências(?)
Acompanhando dois mundos,
a menina vivia por fora
o que existia por dentro...
As lembranças se embaralham
em cenas descontruídas,
revistas folhadas a esmo
traziam mensagens eloquentes
de algo que não diziam,
mas que a compreensão intuía...
E a partir do pensamento, ainda em forma de embrião,
uma lógica do abstrato
aos olhos da menina
fazia um sentido obscuro
de algo que ela entendia...
Subjacente à memória
no fundo de um poço sem fundo,
mergulhada por inteiro
dentro da Alma do Mundo.

Guaraciaba Perides (2010)

4 comentários:

  1. Às vezes temos uma intuição das coisas que, por falta de cumplicidades, acabam por ficar diluídas dentro de nós mesmos...
    Gostei muito desse regresso à infância, Guaraciaba!

    Beijo :)

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  2. Já chamei pessoas próximas de "amigo"
    e descobri que não eram...
    Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada
    e sempre foram e serão especiais para mim.

    (Clarice Lispector)

    Feliz Semana....Beijos meus! M@ria

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  3. Não ficarei desapontada por ser imperfeito, o que aprenderia se não o fosse?
    Assim vou ser gaivota e sair pelo vento descobrindo.
    Belo texo.Guaraciaba quero agradecer voce seus comentarios.

    com carinho,

    Filipe Assunção

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  4. Guaraciaba, boa tarde!!
    Uma das mais doces recordações de nós mesmos é essa estranha cognição da existência e das coisas, é de ver essas coisas cada dia mais se transformarem, até que tomem a forma do Universo, e ver que a existência se discerne mais e mais em nós, até que nos vemos não casuais dentro dela.
    Belo, belo, belo poema, “drummoniano”, profundo, reflexivo, inspirador.
    Um abraço carinhoso
    Lello

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