A partir de da década de 30 o samba já havia se desenvolvido o suficiente e
compreendia várias modalidades : o samba de roda que é o protótipo do samba
rural dançado ainda com a umbigada, o samba canção que notabilizou Lupicínio
Rodrigues, o samba choro, o samba de breque cristalizado por Moreira da Silva em
"Na subida do morro", o samba de partido alto com Aniceto do Império, o samba de
terreiro que animava os ensaios da escolas de samba e depois chegaram ao rádio o
samba sincopado com os que imortalizaram Geraldo Pereira, etc..
Os músicos profissionais da classe média que tinham acesso ao disco e ao rádio se
apossaram do samba em suas mais variadas modalidades. Como já citamos o famoso
Bando dos Tangarás, reuniam os músicos Almirante, João de Barro (o famoso Braguinha),
Alvinho, Henrique Brito e Noel Rosa.
A história do samba carioca, da mesma forma que o Jazz nos Estados Unidos, conta a
história da ascensão contínua de um gênero de música popular, de suas raízes populares
e negras para a classe média, constituída na maioria de brancos e mestiços.
Durante a década de 30, o rádio iria ter vital importância na propagação da música popular
e especialmente do samba.. A transmissão para todo o Brasil de programais musicais do Rio
transformou o período em período de ouro para a música popular e propiciou o aparecimento
de vários ídolos: Francisco Alves, Vicente Celestino, Mário Reis, Carmem Miranda, Araci
de Almeida, etc...
Em 1937, Orlando Silva era chamado de "O cantor das multidões" por levar milhares de
admiradores em suas apresentações. Os gêneros musicais se diversificaram.Em l935,
o samba canção ou "Samba do meio de ano" começa a formar o seu estilo, diferenciando-se
do rítmo carnavalesco. O samba canção próprio para ouvir e cantar vinha atender uma exigência
de lazer das massas urbanas que se divertiam com programas de rádio.
Surge também um gênero híbrido chamada samba- choro , representado pelas composições
"Amor em excesso" (1932) de Gade e "Comigo não" (1934) de Heitor Catumbi.
Em 1936, surgiria o sambe de breque tal como ficaria conhecido a partir de "Jogo Proibido"
interpretado por Moreira da Silva.
Em 1937, o paulista Raul Torres grava no Rio de Janeiro os mais variados gêneros musicais
e folclóricos de Centro -Sul e Nordeste. Destacava-se o jongo "Sereno Cai". Aproveita-se
o folclore nordestino e a música rural de São Paulo, Minas Gerais, Paraná. Mato Grosso, etc,
numa verdadeira busca de raízes. Divulgando-se essa música sertaneja nas cidades surgiram
ídolos, como por exemplo, a dupla Alvarenga ( de Taubaté) e Ranchinho (de Jacareí)
NOTA: Os cantos religiosos dos jesuítas e e as modinhas trazidas pelos portugueses colonizadores
misturaram-se à música e à dança dos nativos e daí surgiram gêneros musicais que se enraízaram
especialmente na região sudeste ,no sul e no centro-oeste do Brasil, integrando o que ficou conhecido como música caipira, como as catiras, os cururus, as toadas e as modas de viola.
As primeiras gravações de modas de viola e de outros gêneros caipiras por violeiros cantadores
do interior paulista podemos citar ,já em 1929, os discos de Cornélio Pires na gravadora Colúmbia.
Na década de 30 vieram os sucessos de João pacífico e Raul Torres, de Alvarenga e Ranchinho e a partir de 40, Tonico e Tinoco.
Bando dos Tangarás (1930)
Carmem Miranda...Camisa listada (1937)
Ai,Yoyô....com Araci Cortes....considerado o primeiro samba canção gravado (1928?)